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DOENÇAS DA CANOLA: Canela-preta causada por Leptosphaeria maculans. 5c5d54

13/07/2021

Fonte: https://maissoja.com.br/ https://maissoja.com.br/doencas-da-canola-canela-preta-causada-por-leptosphaeria-maculans/ 1q3ts

Autores: Luiz Eduardo Braga¹, Eduardo Argenta Steinhaus¹ e Marcelo Gripa Madalosso². q4b61

A canola (Brassica napus L. var oleífera) é uma cultura oleaginosa da família das crucíferas que possui importância mundial por ser uma fonte de óleo e proteína para a alimentação humana e animal, possuindo áreas significativas de cultivo nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e em países da União Europeia. No Brasil, o cultivo da canola foi introduzido na década de 1970, sendo que o Rio Grande do Sul e o Paraná são os estados com maior área cultivada.Além dos desafios operacionais e ecofisiológicos da aclimatação dos germoplasmas disponíveis para o cultivo de canola no Brasil, outro fator importante a se considerar são os problemas fitossanitários que podem comprometer a produtividade da cultura, como as pragas, plantas daninhas e doenças. A doença conhecida como canela-preta, causada pelo agente etiológico Leptosphaeria maculans (Fuckel) Ces. & De Not. [anamorfo Phoma lingam (Tode) Desm], é uma das principais doenças da cultura, estando presente nos cultivos de canola no Brasil e em países vizinhos, como o Paraguai (CARDOSO et al., 1996).O ciclo inicia com o inoculo primário oriundo dos ascósporos, que podem ser liberados pelos pseudotécios presentes na palhada de canola cultivada na safra anterior, ou ainda de outras plantas da mesma família cultivadas e/ou daninhas presentes na área, como o nabo-forrageiro (Raphanus sativus) e a nabiça (Raphanus raphanistrum). A principal forma de liberação dos ascósporos para o ambiente são via respingos de chuva acertando diretamente os pseudotécios (SAWATSKY 1989) (Figura 1).A palhada também pode ser fonte de inóculo para áreas onde a canola ainda não foi cultivada, se esta área for próxima a lavouras que receberam o cultivo de canola. Os ascósporos de L. maculans possuem aeromobilidade, isto é, após a sua liberação dos pseudotécios, os ascósporos podem ser disseminados pela ação do vento, sendo que a distância de disseminação dependerá de condições ambientais, como velocidade do vento, temperatura e umidade do ar, além de fatores topográficos (MARCROFT et al., 2004). Embora menos importante, o patógeno também pode ser disseminado via sementes contaminadas (Figura 1).Para o desenvolvimento da doença, temperaturas entre 15 e 25ºC e alta umidade aumentam a capacidade de infecção (BOUDART, 1982). A infecção inicial pode ocorrer pelos ascósporos liberados dos pseudotécios, desde a emergência das plantas, infectando principalmente os cotilédones e as primeiras folhas verdadeiras. Após as primeiras infecções, desenvolvem-se picnídios nas lesões, que serão responsáveis por sucessivos ciclos secundários da doença nas plantas (WEST & FITT, 2005) (Figura 1).Figura 1 – Ciclo da canela-preta (Leptosphaeria maculans) na canola. Adaptado de CANADIAN AGRICULTURAL, 2021). No início do desenvolvimento, a infecção pode levar ao tombamento e morte de plântulas (Figura 2 e 3). Os sintomas na área foliar causam leões necróticas circulares a irregulares, com coloração clara, que progridem para infecção sistêmica dos tecidos (BARBETTI & KHANGURA, 1999).  Além disso, pode-se desenvolver cancros na base da coroa e na haste, que reduzem o ciclo da cultura, podem causar abertura prematura de silíquas, diminuem a translocação de nutrientes e água para a parte superior das plantas e podendo resultar em acamamento e morte das plantas em casos severos.Cancros da coroa causam maiores danos, pois impedem a nutrição adequada da planta, reduzem o ciclo da cultura e ocasionam a maturação e rompimento prematuro das síliquas, com perda de grãos, podendo causar, também, apodrecimento de raízes (HUANG et al., 2005).Figura 2 – Sintomas da doença causados Leptosphaeria maculans na canola. Lesões de doença em (a) cotilédones, (b) folhas, (c) caules e (d) base do caule (ZHANG, X.;

  • ¹ = Estudante do curso de agronomia URI Campus Santo Ângelo e membro do Grupo de Proteção de Plantas URI Santo Ângelo.
  • ² = Professor Dr. da URI Campus Santo Ângelo e Santiago e coordenador do grupo de proteção de plantas URI Santo Ângelo e Santiago.

 

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